terça-feira, agosto 31, 2010

Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos

O livro reúne duas novelas literárias compostas por homens-bestas, que trabalham duro, sobrevivem com muito pouco, esperam o mínimo da vida. Em silêncio, carregam seus fardos e o dos outros.

Os textos, em tom naturalista, retratam a amarga vida de homens que abatem porcos, recolhem o lixo, desentopem o esgoto e quebram o asfalto.

Toda imundície de trabalho que nenhum de nós quer fazer, eles fazem, e sobrevivem disso.

Fica por conta do leitor medir os fardos e contar as bestas.

LEIA DOIS TRECHOS DO LIVRO NO FINAL DA PÁGINA.

Sinopse das novelas que compõem o livro
 
Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos é uma novela escrita em 5 capítulos que narra a saga de dois brutamontes que ganham a vida matando porcos e distribuindo-os em frigoríficos. A única diversão é apostar em rinhas de cachorros.Edgar Wilson e Gerson são dois homens que esperam o mínimo da vida, trabalham muito, cumprem sagradamente suas tarefas e nutrem um pelo outro uma amizade excepcional. O resto importa muito pouco.
O Trabalho Sujo dos Outros é uma novela escrita em 7 capítulos que conta a história de três homens que recolhem o lixo, quebram o asfalto e desentopem esgoto. Quando os coletores de lixo decidem fazer uma greve geral, a cidade começa a sucumbir e Erasmo Wagner inicia uma estranha jornada mística tendo um bode como condutor de um acerto de contas com o seu passado.
O livro reúne duas novelas: Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos e O trabalho sujo dos outros. Essas duas novelas compõem a trilogia A SAGA DOS BRUTOS.

Release
 

"Há cenas que a literatura não tolera, mas é preciso entender muito de ficção, de realidade e de representação da realidade para poder escrevê-las."  O Globo
Com dois romances publicados, a carioca Ana Paula Maia se firmou como uma das mais festejadas autoras da nova literatura brasileira e chamou a atenção de críticos e formadores de opinião ao publicar, em 2006, uma novela folhetinesca na Internet, em uma ação pioneira. Durante meses, os leitores acompanharam pela web os 12 capítulos de ENTRE RINHAS DE CACHORRO E PORCOS ABATIDOS, que chega agora às livrarias com novo final. É o primeiro livro publicado originalmente na Internet a ser lançado por uma grande editora.
Com muito sangue, violência e boa literatura, Ana Paula Maia lança o olhar ao outro, com profundos traços de ousadia e peculiaridade, para esmiuçar o cotidiano de homens que lutam para sobreviver em meio à pobreza e a falta de esperança em uma vida melhor. Em silêncio, esses homens-bestas carregam seus fardos e os dos outros.
Neste volume estão reunidas duas novelas. A primeira, que dá nome ao livro, é escrita em cinco capítulos e tem como cenário um subúrbio distante, sob um calor sufocante, onde apostar em rinhas de cachorros assassinos é o divertimento mais saudável para dois brutamontes que ganham a vida abatendo porcos e distribuindo-os em frigoríferos. Edgar Wilson e Gerson esperam o mínimo da vida, trabalham muito, cumprem sagradamente suas tarefas e nutrem um pelo outro uma amizade excepcional. O resto importa muito pouco.
A segunda narrativa,
 O Trabalho Sujo dos Outros, em sete capítulos, conta a história de três homens que recolhem o lixo, quebram o asfalto e desentopem esgoto. Quando os coletores de lixo decidem fazer uma greve geral, a cidade começa a sucumbir e Erasmo Wagner inicia uma estranha jornada mística tendo um bode como condutor de um acerto de contas com o seu passado. O trabalho sujo dos outros chegou a ter quatro capítulos veiculados na Internet com outro título.
Entre rinhas de cachorro e porcos abatidos já foi apresentado pela autora como um “folhetim pulp”. “Do folhetim traz um grude, um arrebatamento especial, e é pulp no sentido em que o cinema Tarantino ou Takeshi Kitano é pulp. O volume de sangue circulando é de similar nível”, define a crítica literária Beatriz Rezende, que assina a orelha do livro. Sua representação e contestação da realidade tornam a obra uma das mais originais e significativas para o cenário literário atual. As duas novelas fazem parte de uma série chamada "trilogia do homem comum". A terceira novela ainda é inédita.

Orelha do livro
 

Tão jovem quanto ousada, Ana Paula Maia já é presença decisiva em qualquer discussão que pretenda tratar do tema contemporâneo da volta do real ao cenário da literatura brasileira. Realismo excessivo, realismo cru, realismo trágico, seja qual for o enfoque que se dê à questão, na obra de Ana Paula encontraremos material absolutamente original, capaz de provocar uma reflexão crítica estimulante, mas sobretudo um apelo à leitura ininterrupta. Cada cena, cada capítulo parece grudar à pele, deixar marcas, cheiros de que não nos desvencilhamos nem mesmo depois de fechado o livro.
Neste volume estão reunidas duas novelas. A primeira, que dá nome ao livro, já foi apresentada pela autora como um “folhetim pulp”. Do folhetim traz um grude, um arrebatamento especial, e é pulp no sentido em que o cinema Tarantino ou Takeshi Kitano é pulp. O volume de sangue circulando é similar nível. Sob o calor sufocante de um subúrbio distante, onde apostar em rinhas de cachorros assassinos é o divertimento mais saudável de que os homens desfrutar e onde vida humana não vale absolutamente nada, circulam Gerson e Edgar Wilson carregando sonhos ingênuos enquanto estripam algum ser.
Na segunda narrativa, “O trabalho sujo dos outros”, Erasmo Wagner recolhe o lixo numa cidade onde “tudo se transforma em lixo” e a riqueza da sociedade pode ser medida pela sua produção de lixo. O irmão Alandelon quebra asfalto há seis anos e vai ficando surdo pelo som da britadeira que lhe garante o ralo café e o torresmo de cada dia. O terceiro, Edivardes, desentope latrinas, esgotos, canos e todos os lugares para onde escoa a imundice da cidade. Um estranho bode incorpora-se ao elenco. Um dia, homens imersos neste fétido universo percebem que, como disse também Marx, “na sociedade burguesa o trabalho vivo é apenas um meio de multiplicar o trabalho acumulado” e deixam de recolher o lixo. A “cidade torna-se maldita” e pessoas e ratos dividem o mesmo espaço a luz do dia. É então que o realismo doloroso da narrativa nos provoca uma súbita ternura por esses personagens, que como disse o mesmo pensador barbudo, “fazem a riqueza dos homens”.
Beatriz Resende
Bibliografia Ana Paula Maia 

Romances e novelas:
Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos / Ana Paula Maia - Editora Record – 2009
A guerra dos bastardos / Ana Paula Maia - Editora Língua geral – 2007
O habitante das falhas subterrâneas / Ana Paula Maia - Editora 7 letras / 2003
Antologias:
25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira / organização Luiz Rufatto - Editora Record, 2004
Sex´n´Bossa - Antologia di narrativa erotica brasiliana / organização Patrizia di Malta - Editora Mondadori - Itália – 2005
Contos sobre tela / organização Marcelo Moutinho - Editora Pinakotheke – 2005
35 segredos para chegar a lugar nenhum / organização Ivana Arruda Leite - Editora Bertrand Brasil – 2007
Blablablogue - crônicas & confissões / organização Nelson de Oliveira - Editora Terracota - 2009
Todas as guerras - Volume 1 (Tempos modernos) / Org. Nelson de Oliveira – Editora Bertrand Brasil - 2009

Trecho do primeiro capítulo - Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos
 

À espera de porcos, Edgar Wilson suspira pela oitava vez nessa sexta-feira quente e abafada. Por seu olhar vago, perdido, parece que não se incomoda em esperar o tempo que for preciso, mas apesar da frieza permanente ele anseia a seu modo. Era o segundo atraso do carregamento em quatro dias e por isso precisaria comunicar ocorrido ao seu patrão.

Havia feito planos para sair mais cedo, ir ao bar do Cristóvão, fazer algumas apostas em Chacal, um cão enjeitado pelo demo, que já havia arrancado a cabeça de Gepeto que tinha o dobro de seu tamanho e encontrar Rosemery, sua noiva. Mas isso não era novidade, pois todas as sextas são iguais e de modo algum Edgar Wilson se importa com a rotina em que vive. Aqui no subúrbio, quente e abafado, esquecido e ignorado, nos fundos de um mercadinho cheirando a barata, não existe desconforto maior do que o carregamento de porcos atrasar e expectativa maior do que vê-los, todos, pendurados por ganchos no frigorífico.

Edgar Wilson sabia que sob influência da lua nova, Chacal fervia pelas entranhas e de suas patas saíam faíscas. Ele certamente lucraria o triplo da aposta, e talvez ganhasse o suficiente para pedir a mão de Rosemery em casamento, que exigia uma geladeira nova para selarem o compromisso definitivamente. O problema é duvidar da fidelidade de Rosemery, que nos últimos tempos estava sempre alegando precisar dormir na casa da patroa, porque a mesma exigia que a faxina fosse feita bem cedo, nas terças e quintas. Mas não pensar muito sobre o que quer que seja faz parte de sua personalidade. Sempre acreditou que a Providência Divina se encarrega do fardo por demais pesado E na providência divina, Edgar deposita toda sua fé. “Pra que se colocar ansioso se isso não acrescenta nem um côvado em sua altura, nem torna um fio de cabelo preto em branco?”, era o que dizia padre Guilhermino Anchieta .

Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos, Edgar Wilson não reclama da vida.
O distante ronco de um motor lhe faz apagar um cigarro sobre uma porção de formigas que reúnem-se ao redor de seu último escarro. Percebe uma coloração avermelhada e teme por algum tipo de mazela. Verifica as horas, calça suas botas de borracha e se coloca de pé. Vê a caminhonete se aproximar, dirige-se até o telefone atrás do balcão e liga para Gerson, seu ajudante, que alega estar sofrendo de uma crise renal.

"Mas você não deu um rim pra sua irmã?"
"Isso foi no ano passado."
"Ãhhh, sei. O carregamento atrasou de novo."
"É a segunda vez essa semana."
"Preciso informar ao patrão."
"Desculpe, Edgar mas esse rim me pegou de jeito."
"É....."
"Eu posso te mandar o Pedro."
"Ele sabe desossar alguma coisa?"
"Só um instante."

Gerson sentindo muitas dores e suando frio ajeita-se no sofá encontrando a posição mais adequada para gritar a pergunta. ”Pedro, você sabe desossar alguma coisa?
Pedro demora alguns instantes e aparece na sala enrolado numa toalha vermelha, segurando uma colher de pau.

"O que você tá fazendo?" pergunta Gerson.
"Um bolo."
"Você foi comprar farinha de trigo?"
"Não. Eu tô usando aquela do pote azul."
"Você esqueceu do que eu te disse, Pedro?"
"O quê?"
"Sobre a farinha do pote azul."

Pedro olha para a colher de pau que segura e lambe o resto do recheio que ameaça cair. Mastiga por uns instantes e logo em seguida suspira. É um recheio delicioso e parece se orgulhar de seu bom trabalho.

"E o que era?" pergunta, após engolir.
"Tá com bicho. Eu mandei você jogar fora."
Pedro coça a cabeça e responde
"Eu peneirei as minhocas."
Gerson não reage à resposta.
"Eu peneirei tudo, verdade mesmo."

Gerson volta-se para a tv que está ligada, Pedro permanece parado segurando a colher de pau e eles riem da gargalhada emitida num programa de culinária. Ele repara o fone na mão de seu irmão.

"Gerson, você me chamou?" diz apontando para o telefone.
"Ah.... você sabe desossar alguma coisa?"

Pedro pensa um pouco.
"Não sei. Não tenho certeza."
"O Edgar quer saber."
"Você quer dizer, separar as tripas, o fígado, o ..."
"A carne do osso...essas coisas."

Pedro pensa mais um pouco. Volta para cozinha sem dizer nada. Retorna em seguida.

"Lembra do cachorro da Matilda, o Tinho?"

Pedro parece um tanto perdido, mas de estalo responde com um aceno positivo da cabeça. A toalha em sua cintura cai no chão. “Essa cueca é minha”, diz Gerson. Pedro não responde e volta à cozinha.

"Edgar, lembra o Tinho, da Matilda?"
"Lembro."
"Foi o Pedro."
"Então avisa a ele que o carregamento já chegou."
"Tá certo."
"E o teu rim? Eu tô falando do bom, daquele que tá lá com a tua irmã."
"Acho que vai bem."
"Você não pensa em pegar de volta. Quer dizer, quando você deu pra ela, não estava precisando, ele não te fazia falta, mas agora é diferente."
"É, eu sei. Parece que ela tá com câncer."
"Então, ela não vai precisar dele por muito tempo."
"Acho que não. Escuta, eu deixei aquele vídeo do Chuck Norris na sua casa?"
"Braddock?"
"O resgate."
"Só estou com o Braddock II. O resgate, esse não tá não."
"Acho que perdi meu vídeo. É um desfalque e tanto na minha coleção."
Silêncio.
"Você vai deixar seu rim jovem e saudável ser comido pelo câncer da tua irmã?"
"Parece que ela vai começar a fazer aquele troço que deixa careca."
"Sei... então a radiação vai matar o teu rim."
"Você acha mesmo?"
"Acho que o teu rim já era."


*    *    *

Pedro permanece agachado nos fundos do mercadinho, acariciando o porco que espera para ser abatido, enquanto Edgar Wilson, debruçado na janela da caminhonete resolve algumas questões pendentes.

"Vou repetir pela décima vez: eu esperava por dois porcos." diz Edgar ao motorista da caminhonete.

"Mas esse porco vale por dois."
"Nada disso. Eu preciso de dois porcos. Esse foi o combinado. Meu patrão não vai gostar nada, nada disso."
"Nós perdemos um dos porcos vindo pra cá. Essa estrada é muito esburacada."
"Como assim perdeu um dos porcos? Um porco não é nenhuma miudeza pra se perder. Não posso me responsabilizar. Eu preciso de dois porcos."
"Eu te trouxe um porco bem grande. Sirva-se dele."
O homem arranca com a caminhonete, deixando Edgar Wilson com poeira nos olhos.


Trecho do primeiro capítulo - O trabalho Sujo dos Outros
 

O lixo está por todo lugar e é de várias espécies: atômico, espacial, especial, hospitalar, industrial, radioativo, orgânico e inorgânico; mas Erasmo Wagner só conhece uma espécie de lixo. Aquele que é jogado pra fora de casa. A imundície, o podre, o azedo e o estragado. O que não presta pra mais ninguém. E serve apenas para os urubus, ratos, cães, e pra gente como ele. Costuma trabalhar no caminhão de lixo parte do dia, com escalas alternadas no turno da noite. Conhece o conteúdo de alguns sacos só pelo cheiro, formato e peso. Já teve tétano. Já teve tuberculose. Já foi mordido por rato e bicado por urubu. Conhece a peste, o espanto e o horror; por isso é ideal para a profissão que exerce.

Revende em casa aquilo que acha em bom estado: Colchão, estrado de cama, vaso sanitário, portas, armários, grades, cofres, cadeiras, canos e o que mais puder ser aproveitado. Lucra metade de seu salário com a venda do lixo.

Não pensa nos miseráveis dos aterros sanitários que também poderiam lucrar com o que há de melhor no lixo. Ele realmente não se importa. Assim, como quem está acima dele, não se importa também. Na escala decrescente de famintos e degenerados, ele ocupa um posto pouco acima dos miseráveis. É como levar um tiro de raspão.

No itinerário de Erasmo Wagner, são recolhidas mais de vinte toneladas de lixo por dia. A riqueza de uma sociedade pode ser medida pela sua produção de lixo. Vinte toneladas num itinerário consideravelmente pequeno, o faz pensar no tanto que se gasta. No tanto que se transforma em lixo. Mas tudo vira lixo, inclusive ele é um lixo para muitas pessoas, até para os ratos e urubus que insistem em atacá-lo. Mas não liga, esses agem por instinto. Sentem seu cheiro podre e avançam. Os outros, seus semelhantes, não avançam, eles recuam para longe. Como fazem com os detritos que jogam pra fora de casa, os restos contaminados. O seu cheiro afasta as pessoas para bem longe.

Sua vida não é um lixo. Sua vida é muito lixo. Seu olfato está impregnado com o aroma do podre. Seu cheiro é azedo, suas unhas imundas e sua barba crespa e falhada é suja. Ninguém gosta muito de Erasmo Wagner. Dão meia-volta quando está trabalhando e ele prefere assim. Prefere os urubus, os ratos e a imundície, porque isso ele conhece. Isso o sustenta. As pessoas em geral, lhe dão náusea e muita vontade de vomitar.
Sua namorada, a Suzete, não se importa. Suzete é faxineira de banheiro público. Ela cheira a mijo, bosta e pinho.

"Como assim estenderam o itinerário?" grita Erasmo Wagner ensopado de chuva para o motorista do caminhão.

"A gente tem que cobrir mais dois quarteirões" responde o homem.
"Mas por quê?"
"O outro caminhão quebrou no meio da coleta. A gente precisa terminar o serviço deles."

Erasmo Wagner não gosta de fazer o trabalho sujo dos outros. Joga mais dois sacos na caçamba do caminhão, aciona o compactador de lixo e em seguida sobe no estribo do caminhão agarrando-se a uma barra de ferro. Ele já está bem acostumado a se segurar ali. De pé, mesmo em curvas fechadas, consegue cochilar.

"A gente recolhe o lixo extra, mas não vai receber mais por isso, né?" pergunta Valtair, o trabalhador novato.
"Pode apostar que não. A gente tinha que ganhar por tonelada que recolhe. E o pior é que sempre tem um lixo extra."
O caminhão barulhento pára a cinco quadras dali e iniciam a coleta do lixo extra.
"Não gosto de rua de gente rica" diz Erasmo Wagner. "Tem muito mais lixo."
"Eles têm mais dinheiro pra gastar, é isso" responde Valtair.

A chuva engrossou nos últimos minutos. O tempo escureceu. No meio da tarde, eles avistam trevas. Vestem uma capa preta de plástico. Parecem mercadores da morte recolhendo sacos pretos e despejando conteúdos nojentos de latões de lixo direto no compactador de lixo, ou como eles chamam, na boca da “esmagadora”.

"Dinheiro sempre vira lixo. Lixo e bosta" diz Erasmo Wagner. "Meu primo Edivardes trabalha desentupindo esgoto. Isso sim é um trabalho de merda. Você precisa ver o esgoto das áreas mais ricas. É uma bosta densa, ele diz."

Erasmo Wagner corre para apanhar um saco de lixo grande que caiu na rua. Chuta um vira-lata que abocanhou uma cabeça de galinha. O bicho foge grunhindo sem largar o pedaço de carne podre. Joga o saco na caçamba do caminhão.

"Bosta pesada?" pergunta Valtair rolando um latão.
"Isso. É merda concentrada. Comida boa faz isso. Merda de pobre é rala e aguada. O Edivardes conhece a pessoa pela merda que produz. Ninguém engana ele não. Ele sabe das coisas."

Eles correm de um lado para o outro recolhendo sacos grandes e pequenos. Disputam a chutes com os cachorros, o lixo que precisam recolher, e a tapas, com os mendigos que buscam o que comer. Valtair espera que um mendigo termine de vasculhar um dos sacos de lixo. Erasmo Wagner puxa o saco e joga no caminhão. Valtair sente-se desolado.

"Daqui a uma semana, você vai tratar todo mundo igual. Cachorros e mendigos" diz Erasmo Wagner. "O cheiro podre faz isso. Daqui a um tempo você só vai sentir esse cheiro”.

sexta-feira, agosto 20, 2010

Rede de compositores Caiubi


(Acontece) Rede de compositores Caiubi se torna caso de sucesso no universo das mídias sociais
Redação Agito SP 19/08/2010


Com mais de seis mil associados e quatorze mil trabalhos disponíveis para audição, Clube Caiubi de Compositores se transforma em um dos canais de relacionamento mais prolíficos da Internet.

Ao completar dois anos de idade, o endereço www.clubecaiubi.com.br já é considerado o principal ponto de encontro de compositores, poetas e músicos brasileiros e internacionais na grande rede mundial. A idéia surgiu em 2008, quando os integrantes do Clube Caiubi de Compositores sentiram necessidade de ampliar o espaço democrático de compartilhamento de idéias e trabalhos para além da sede física do clube, que surgiu há oito anos na rua Caiubi, no agitado bairro universitário de Perdizes, em São Paulo.

Sonekka, um dos fundadores e diretores do grupo e, também especialista na área de TI foi quem teve a idéia e criou, na rede NING, um espaço para ampliar os domínios do clube e oferecer a artistas de todo o Brasil a chance de participar dessa comunidade que já é sucesso em outros estados e países. ”O foco da rede é promover o encontro de autores, alavancando assim o surgimento contínuo e aprimoramento da canção. Outro objetivo é resgatar o valor do autor na música. O compositor não tem seu nome vinculado às suas canções que tocam no rádio e na TV e aos poucos têm sido preteridos até mesmo dos encartes de CD. No Caiubi o autor é mais importante que o artista.”, esclarece Sonekka.

Hoje a rede www.clubecaiubi.com.br soma um vasto conteúdo colaborativo. São mais de 30 mil fotos; 2 mil eventos divulgados mensalmente através das ferramentas de mensageria da rede; 14 mil músicas autorais para audição e cerca de 5 mil vídeos. Seu fórum possui 285 tópicos ativos que discutem composição e a carreira de autor, mas passa também pelo direito autoral, ECAD e OMB.


Considerada a maior do gênero, o Clube Caiubi, promove também cada vez mais encontros presenciais, que já somam seis cidades no Brasil (Fortaleza, Caxias do Sul, Vitória, São Paulo, Rio de Janeiro, Feira de Santana) e uma na Argentina (Buenos Aires) e prepara-se a inauguração de outras noites autorais em Maceió e Belo Horizonte.

"Acreditamos que um novo circuito cultural entre as cidades começa a se delinear. Pretendemos que o intercâmbio iniciado na rede virtual de fato se transfira também para os encontros presenciais", explica Lis Rodrigues, uma das coordenadoras do grupo e também compositora.

Sobre o Clube Caiubi
O Clube Caiubi de Compositores nasceu em 2002, no número 420 da rua de mesmo nome, no tradicional bairro das Perdizes, em São Paulo, um fervilhante pólo cultural da região, vizinha à PUC e ao teatro TUCA. O movimento, desenvolvido por talentos ainda desconhecidos, logo atraiu compositores consagrados como Tavito e Zé Rodrix - Rodrix não só passou a freqüentar assiduamente o projeto como se transformou em curador e incentivador do espaço.

E foi sob a batuta de Zé Rodrix que a “Segunda Autoral” expandiu, se profissionalizou e até hoje reúne compositores de várias vertentes, promovendo uma mistura democrática e – por que não? – uma fusão de estilos.

Aos seis anos de existência, o Clube Caiubi de Compositores lançou, em maio de 2008, o portal do Clube Caiubi - www.clubecaiubi.com.br - Destinado a compositores, músicos, poetas, produtores e intérpretes, o portal já conta com 6 mil associados pelo planeta e contabiliza 350 mil vizualizações de perfil por mês. Com a proposta de se tornar uma “vitrine” para que autores possam expor trabalhos autorais, o portal é um espaço democrático no qual os artistas podem inserir vídeos, fotos, perfis profissionais, agenda de shows e até 100 músicas no formato mp3. O acervo virtual conta com mais de 14 mil músicas, em sua maioria inéditas, cerca de 30 mil imagens e quase 5 mil vídeos.

A experiência paulistana com as Segundas Autorais e a criação da rede virtual, fizeram com que outros artistas se interessassem em manter Noites Autorais em outras cidades do Brasil. Hoje, o Caiubi contabiliza seis encontros regionais fixos: Fortaleza, Caxias do Sul, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Feira de Santana e São Paulo. E sem pensar em parar, o grupo dá partida em mais um projeto, o Intercâmbio Caiubi, que pretende inaugurar um novo circuito cultural entre as cidades participantes.

Rede Social: www.clubecaiubi.com.br

Agito SP. A sua revista digital de entretenimento em São Paulo
Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/agitosp

Raul Seixas será homenageado na Bodega do Brasil

No próximo dia 21, a partir das 16 horas, a Bodega do Brasil terá uma programação toda especial voltada ao inesquecível cantor Raul Seixas, que encantou o Brasil com sua filosofia popular. O especial acontece devido à data remeter ao aniversário de morte do músico, que no dia 21 de agosto de 1989, faleceu no Estado de São Paulo em decorrência de uma parada cardíaca.

Na oportunidade, os cantores Costa Senna e Anderson Brasil, levarão ao público além das eternas canções do inesquecível rei do rock brasileiro, músicas de seu repertório com menção ao ídolo. 

Também haverá apresentações dos quadros Arranjo Poético eA Hora da Canja , que conta sempre com improvisos, cordéis, declamações, performances e “canjinhas” musicais dos artistas presentes. O evento também contará com a exposição do repórter fotográfico Chico Alves, com imagens de artistas consagrados da música brasileira, tais como: Alceu Valença, Dominguinhos, Luiz Melodia, Antônio Nóbrega, João Bosco e outros, tendo como plano de fundo a história de Raul Seixas. 

Com o objetivo de fortalecer e divulgar a classe artística perante seu público e meios sociais, a Bodega do Brasil é um movimento de integração entre cantores, atores, poetas, cordelistas e artistas dos mais diversos gêneros da cultura popular brasileira. O evento é gratuito e para todas as idades.

Serviço:

Bodega do Brasil, um manifesto cultural.
Todo terceiro sábado do mês das 16h às 20h
Local - Ponto de Cultura Espaço Cultural Periferia no Centro 
(Ação Educativa)
Rua General Jardim, 660, Vila Buarque-SP.
Outras informações: 11- 6689-8961
www.bodegadobrasil.blogspot.com
Comunicação: bodega@danialmeida.com

quinta-feira, agosto 19, 2010

19 de Agosto: Dia do Historiador

Dia de comemoração e luta
No dia do historiador, 19 de agosto, o presidente da Associação Nacional dos Historiadores pede que os profissionais se mobilizem para o Senado aprovar a regulamentação da profissão.

Para algumas pessoas, 19 de agosto é apenas o dia do historiador. Para outras é mais um motivo de luta para que a profissão seja regulamentada. Durval Muniz de Albuquerque Júnior, presidente da Associação Nacional dos Historiadores (Anpuh), convoca todos os interessados no assunto a se mobilizarem pela aprovação do projeto. O processo em prol 
da regulamentação está tramitando no Senado.

A luta pela regularização da profissão é antiga, começou 
em 1968. Sua primeira vitória foi a aprovação na Câmara dos Deputados, em março deste ano, após décadas de tentativas. Essa foi uma das razões que levou a Anpuh a realizar encontros regionais para debater a questão. Neste dia, queremos lembrar 
aqui o poeta e historiador Nicodemos Araújo, que dedicou sua vida à pesquisa da história do Vale do Acaraú.


As reportagens já publicadas esclarecem melhor a discussão. Leia aqui: "Regulamentação à vista" e "Lenta luta".

Minha Personalidade INFP

Veja questionário com mapeamento do tipo de personalidade. É um resumo do MBTI ( Myers Briggs Type Indicator), inventário americano muito bom.
A dica principal para responder é a seguinte: "escolha a alternativa que você PREFERE, sem se importar no que os outros acham. A primeira resposta que lhe vier à cabeça é a mais original, a que vem do coração". O relatório aparece na hora e vem com as principais profissões que se adequam ao seu tipo psicológico. Veja meu tipo de personalidade. Concordo, em quase tudo. Veja seu tipo. Boa sorte!  http://sites.mpc.com.br/negreiros/quiz.html


Abaixo você encontrará uma breve descrição do tipo de personalidade INFP. O gráfico que acompanha a descrição mostra como você prefere usar as quatro funções mentais: se no seu mundo interno (inner world) ou externo (outer world). A linha pontilhada central marca aproximadamente a fronteira entre esses dois mundos.

INFP

(Aproximadamente 3-4% da população) INFPs valorizam a harmonia acima de todas as coisas. Sensíveis, idealistas e leais, eles têm um forte senso de honra com relação aos seus valores internos e são, com frequência, motivados por uma profunda crença pessoal ou pela devoção a uma causa que sintam ser valiosa.
INFPs são interessados nas possibilidades além do que já é conhecido e concentram a maior parte da sua energia em seus sonhos e visões. Receptivos, curiosos e compreensivos, eles frequentemente têm uma excelente visão de longo prazo. Em assuntos cotidianos eles são normalmente flexíveis, tolerantes e adaptáveis, mas eles são muito firmes acerca das suas lealdades internas e estabelecem padrões muitos altos - de fato, quase impossíveis - para si próprios.
INFPs têm muitos ideais e lealdades que os mantém ocupados. Eles são profundamente comprometidos com seja o que for que escolham empreender - e eles tendem a empreender muito - mas, de alguma forma, conseguem ter tudo terminado.
Embora eles demonstrem uma fria reserva pelo lado de fora, INFPs preocupam-se profundamente por dentro. Eles são humanos, empáticos, compreensivos e muito sensíveis aos sentimentos dos outros. Eles evitam conflito e não estão interessados em impressionar ou dominar ninguém, a menos que os seus valores estejam em jogo. Com frequência, INFPs preferem comunicar os seus sentimentos pela escrita, em vez de oralmente. Quando eles estão persuadindo os outros da importância de seus ideais, INFPs podem ser muito convincentes.
INFPs raramente expressam a intensidade de seus sentimentos e com frequência parecem reticentes e calmos. Entretanto, uma vez que eles conheçam você, são entusiásticos e calorosos. INFPs são amigáveis, mas tendem a evitar a socialização superficial. Eles valorizam pessoas que se empenham em compreender seus objetivos e valores. 
Possíveis Aspectos Negativos
Uma vez que a lógica não é uma prioridade para INFPs, eles algumas vezes cometem erros factuais e podem estar inconscientes que estão sendo ilógicos. Quando os seus sonhos se tornam fora de contato com a realidade, os outros podem vê-los como frívolos e místicos. INFPs lucrariam se pedissem o conselho de pessoas mais práticas para descobrir se suas ideias são aplicáveis e úteis no mundo real.
Porque são tão comprometidos com seus próprios ideais, INFPs têm a tendência de ignorar outros pontos de vista e podem, algumas vezes, ser rígidos. Eles não estão particularmente interessados em seu ambiente físico e, normalmente, por estarem tão ocupados, falham em notar o que está acontecendo a sua volta.
INFPs podem refletir sobre uma ideia muito mais tempo do que é realmente necessário para começar um projeto. Suas tendências perfeccionistas podem levá-los a refinar e polir suas ideias por tanto tempo que eles nunca as compartilham. Isto é perigoso, uma vez que é importante para os INFPs encontrar formas de expressar as suas ideias. Para evitar que fiquem desencorajados, eles precisam se esforçar no sentido de se tornarem mais orientados para a ação.
INFPs são tão emocionalmente envolvidos em seus empreendimentos que são muito sensíveis às críticas. Para complicar ainda mais as coisas, eles tendem a exigir muito de si mesmos quando ambicionam pelos seus próprios padrões inatingíveis. Isso pode levar a sentimentos de inadequação, mesmo embora eles sejam capazes de realizar muito. Quando os INFPs estão frustrados, eles tendem a se tornar negativos acerca de tudo a sua volta. Tentar desenvolver mais objetividade acerca de seus projetos ajudará a manter os INFPs menos vulneráveis à crítica e frustração.
Porque INFPs tentam agradar tantas pessoas ao mesmo tempo, pode ser difícil para eles manter uma posição impopular. Eles hesitam em criticar os outros e têm uma grande dificuldade em dizer não. Quando INFPs não expressam suas opiniões negativas sobre planos e ideias, outros podem ser levados a acreditar que eles concordam com eles. INFPs necessitam desenvolver mais assertividade e podem se beneficiar em aprender como oferecer crítica honesta aos outros quando necessária.

CARREIRA
O que segue é uma lista dos elementos mais importantes para a satisfação profissional do INFP. Note que esses dez elementos podem se apresentar em variados graus de intensidade e ordem de importância. Os dez elementos, no entanto, identificam o que os INFPs necessitam para estar satisfeitos profissionalmente. 

Como um INFP, satisfação na carreira significa fazer um trabalho que:
  1. Esteja em harmonia com os meus próprios valores e crenças pessoais e permita-me expressar a minha visão através do meu trabalho 
  2. Dê-me tempo para desenvolver profundidade substancial para as minhas ideias e manter controle sobre o processo e produto 
  3. Seja feito autonomamente em um espaço de trabalho particular e com bastante tempo sem interrupção, mas com oportunidades periódicas para ter as minhas ideias apreciadas por pessoas que eu sinto me respeitarem 
  4. Seja feito dentro de uma estrutura flexível, com um mínimo de regras e regulamentos e que me permita trabalhar em projetos quando eu me sentir inspirado 
  5. Seja feito com outros indivíduos criativos e atenciosos em um ambiente cooperativo e livre de tensão e conflito interpessoal 
  6. Permita-me expressar minha originalidade e no qual o crescimento pessoal é encorajado e recompensado 
  7. Não requeira que apresente meu trabalho frequentemente na frente de grupos de pessoas ou exija que eu o compartilhe antes que seja completado segundo o meu agrado
  8. Permita-me ajudar os outros a crescer e desenvolver e se conscientizarem plenamente de seu potencial 
  9. Envolva compreender as pessoas e descobrir o que as faz funcionar bem 
  10. Permita-me trabalhar para realizar os meus ideais sem ser limitado por obstáculos políticos, financeiros ou de qualquer outra espécie

Pontos fortes e fracos relacionados com o trabalho dos INFPs incluem: 
PONTOS FORTES 
  • Preferem trabalhar com causas as quais aprovam 
  • Trabalham bem sozinhos, com frequentes e significativas interações de apoio com outros a quem admiram 
  • Fiéis para com os deveres e obrigações 
  • Sentem-se inspirados quando trabalham em uma tarefa na qual acreditam 
  • Capazes de compreender e se comunicar face a face com outras pessoas 
PONTOS FRACOS
  • Podem ser irrealistas no planejamento de um projeto
  • Desejam controlar os seus projetos e podem perder o interesse se o controle for perdido 
  • Podem se tornar desencorajados se o trabalho não é direcionado para um propósito no qual acreditam 
  • Podem ser inflexíveis em fazer mudanças necessárias em suas ideias 
  • Podem ter problemas em trabalhar em um ambiente competitivo 

Ocupações Populares para INFPs
Ao listar ocupações que são populares entre INFPs, é importante notar que existem pessoas bem sucedidas de todos os tipos em todas as ocupações. Entretanto, o que segue são carreiras que INFPs podem achar particularmente satisfatórias. Esta não é, de forma alguma, uma lista completa, mas é apresentada aqui para sugerir possibilidades que você pode não ter previamente considerado. A lista a seguir não é apresentada em ordem de importância e/ou preferência. 
  • Designer gráfico
  • Professor (Ciências Humanas/Artes)
  • Pesquisador
  • Orientador educacional
  • Assistente social
  • Analista de recursos humanos
  • Terapeuta ocupacional
  • Gerente de recursos humanos
  • Ministro de culto religioso
  • Escritor: poeta/romancista
  • Jornalista
  • Editor/Diretor de arte
  • Músico
  • Recreacionista
  • Psicólogo
  • Nutricionista
  • Fisioterapeuta
  • Tradutor/Interprete
  • Fonoaudiólogo
  • Naturólogo (Naturologia Aplicada)
  • Artista
  • Ator
  • Arquiteto
Personagem ilustrativo no cinema: Tom Joad (Henry Fonda) em As Vinhas da Ira

segunda-feira, agosto 16, 2010

Três em Um

Leve três e vote em um

Carlos Drummond de Andrade

Caricatura de Carlos Drummond de Andrade, 
por Vicente Freitas (VINCENT)
Nascido a 31 de outubro de 1902, criado na cidade mineira de Itabira, Carlos Drummond de Andrade levaria por toda a sua vida,  como um de seus mais recorrentes temas, a saudade da infância. Precisou deixar para trás sua cidade natal ao partir para estudar em Friburgo  e Belo Horizonte.

Formou-se em Farmácia, atendendo a insistência da família em graduar-se. Trabalha em Belo Horizonte como redator em jornais locais até mudar-se para o Rio de Janeiro, em 1934, para atuar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema,  então nomeado Ministro da Educação e Saúde Pública.

Em 1930, seu livro "Alguma Poesia" foi o marco da segunda fase do Modernismo brasileiro. O autor demonstrava grande amadurecimento e reafirmava sua distância dos tradicionalistas com o uso da linguagem coloquial, que já começava a ser aceita pelos leitores.

Drummond também falava sobre temas como o desajustamento do indivíduo, ou as preocupações sócio-políticas da época, como em “A Rosa do Povo” (1945). Apesar dos temas fortes ele conseguia encontrar leveza para manter sua escrita com humor e uma sóbria ironia.

Produzindo até o fim da vida, Carlos Drummond de Andrade deixou uma vasta obra. Quando faleceu, a 17 de agosto de 1987,  já havia destacado seu nome na literatura brasileira. Com seus mais de 80 anos, considerava-se um "sobrevivente", como destaca no poema "Declaração de juízo".

A morte, assim como o humor, foi uma constante em sua obra:

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Veja mais: http://www.memoriaviva.com.br/drummond/index2.htm

quinta-feira, agosto 12, 2010

Dia Internacional da Juventude


O dia 12 de agosto é o Dia Internacional da Juventude, de acordo com um decreto da ONU. Porém este ano, a data será mais que especial para a juventude ao redor do mundo. Em dezembro de 2009, a Assembléia Geral da ONU aprovou uma resolução que proclamou 2010-2011 como o Ano Internacional da Juventude.
O tema para este ano é “Diálogo e Compreensão Mútua”A escolha do tema reflete a dedicação dos países de todo o mundo, sobre o valor do diálogo entre os jovens de diferentes culturas. 
Esta ano de 2010, para os jovens de todo o mundo, deve ser de reflexão sobre seus problemas e dificuldades diárias, mas sobretudo de atitudes firmes e realização de sonhos. 
Nesta quinta-feira, o Dia Internacional da Juventude será comemorado na sede das Nações Unidas em Nova York com o evento de lançamento global do Ano Internacional da Juventude. O evento será uma celebração da energia dos jovens, valorizando seus sonhos e suas iniciativas, além de reconhecer sua contribuição para o reforço da paz mundial e do desenvolvimento social. Além do evento de lançamento global na sede da ONU, haverá celebrações em todo o mundo, que irá destacar as oportunidades e desafios para a juventude em diferentes regiões e países.
Junte-se à festa e comemore com seus amigos o Dia Internacional da Juventude e o Ano Internacional da Juventude! Compartilhe esta matéria em seu Twitter e em outros sites de compartilhamento.
Fonte: ONU