sábado, maio 08, 2010

Insônias, delírios, pesadelos















Insônias, delírios, pesadelos


O volume tem trinta narrativas. “Insônias” (um homem sem cabeça). “O porteiro” (um grande mentiroso). “Cara preta” (fala de um livro antigo). “Fauna e flora de Vila Ribamar” (terra de hienas e chacais). “Vertiginosamente abaixo” (“a vida é a patologia da matéria”, Goethe). “Tlon, Üqbar, Orbis Tertius” (do fundo remoto do corredor, o espelho nos espreitava, Jorge Luís Borges; escrito na Argentina). “Três meninas parecidas e outra quase igual” (biblioteca, mal-assombrada). “Horóscopo perpétuo” (lembra Vinícius, um signo: uma mulher). “Os stuxys” (lembra “Nossa fronteira ao sul”). “Delírios” (O Corvo? Alan Poe? Escrito em Copenhague). Seguem-se alguns mini-contos: “Historieta” (prodígios e milagres). “Quarta-feira à noite” (sono sem sonhos), “A metamorfose” (lembra Kafka). “Perguntas sem respostas” (Capitu e Bentinho, dúvida cruel). “A coisa” (anormal, aberrante), “Sonhos” (poema em prosa; prosa em poesia). “Conto redondo” (artefatos literários). “O vampiro tira férias” (tedioso fardo). “Entre livros” (intimidade com os grandes escritores), “O edifício” (obra gigantesca), “O filho de Kafka” (lembra esse autor, que teria tido um filho, Marton Feix, pura ficção). “Hector, o viajante, ou os perigos do turismo” (sonho comum, lembra Fernando Sabino?). “Diálogo de surdos” (intimidades literárias). “Diálogo de mudos” (o silêncio é a melhor resposta, lembra Machado de Assis). “O professor se preocupa” (insônias e pesadelos). “Poeta nas horas vagas” (catástrofe familiar). “Urias, o imortal” (não vou morrer nunca). “Escolha um título” (Alienígenas). “As duas mortes de Alvarenga Dias” (lagoa enigmática, infinita). “Pesadelos” (caminhada, árvores verdejantes, tarde fria de inverno; céu vermelho e opressivo, fim). Acordo? Não. Acabo de ler mais uma obra de Dimas Carvalho, sem insônias, sem delírios e sem pesadelos. Pelo contrário, excelente livro de contos. (Vicente Freitas)


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