domingo, dezembro 30, 2012

Vem aí 2013

Uma noite estrelada sobre o Ródano - Van Gogh

Feliz e abençoado seja
Este ano que se aproxima!
Livre, em PAZ benfazeja...
Iluminado, bendito, vivido
Zelado, por Deus conduzido.

Amor e cumplicidade
Novos propósitos formados
O reflorir da realidade!

Na pureza dos meus versos
Os votos de felicidade
Venho aqui expressar
Os cumprimentos deixar.

Agradeço, com emoção       
Mensagens de boa amizade
Imensa gentileza e atenção
Grandeza de alma e bondade.
O meu “FELIZ ANO NOVO!”
Sincero, A TODOS.  De coração.

                    ***
Maria de Jesus A. Carvalho
Escritora
Fortaleza-Ce

sábado, dezembro 22, 2012

Uma Mensagem de Amor


       Estamos no advento do Natal.
     As pessoas, as coisas, a natureza, já se revestem de alegria, dessa alegria santa, franca, leal, delicadamente suave que impregna os corações do perfume da amizade, fazendo com que todos os homens sintam que o mais importante na vida é o amor. Amar tudo, a começar de nós mesmos; amar os nossos semelhantes, não só os amigos mas perdoando os inimigos; amar os animais, as coisas de que nos servimos, as plantas, a água, a terra, o ar, o sol, a lua, porque assim estaremos dentro da mensagem do Natal.
    
     Cristo veio ao mundo com a sublime mensagem de Paz, esta que é fruto do amor. Lamentável é que nem todos tenham compreendido o cântico de louvor do Anjo Gabriel: “Glória in excelsis Deo, et in terra pax hominibus bonae voluntatis”( Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade) pois continuam a destruir-se, a lançar o ódio uns contra os outros. Falam de amor, mas do amor com sentido deturpado, na acepção de interesse, de posse, de sensualismo, degeneração, podemos dizer. Com a predominância do capitalismo, os valores sofreram alterações quanto ao verdadeiro espírito natalino, onde as pessoas motivadas pela propaganda comercial de um deslumbrante mundo de símbolos e cores são induzidas a fazer compras, às vezes desnecessárias e acima de suas possibilidades.

     Jesus, quando quis vir ao mundo em forma de criancinha, foi para que a humanidade compreendesse que devemos ser como crianças, puros, simples, humildes de coração.
     É o Natal, por excelência, a festa das crianças, em que os presentes simbolizam a confraternização da família, o elo de amizade que deve existir entre os seus membros. Nesta época, tornamo-nos infantis, gostamos de dádivas, de árvores de natal enfeitadas com bolinhas coloridas. São os reflexos suaves dos fluidos divinos que penetram em nossos lares, espargindo bênçãos celestes, nos dando uma esperança de salvação, de liberdade, pois Jesus, como o próprio nome indica, é a Salvação, a Redenção do Gênero Humano. Podemos encontrar esta mensagem, no versículo de João que diz: “ Deus amou de tal maneira o mundo, que deu o Seu Único Filho e todo aquele que nEle crê, não perecerá, mas terá a vida eterna.”   
   
     A visita aos familiares, aos amigos, aos enfermos nos hospitais e a outras instituições em que um gesto de solidariedade se faz mister, é uma prova de estar inserido no clima de Natal. Não podemos, porém, esquecer o Aniversariante, comparecendo aos atos religiosos, louvando-O e glorificando-O, cada um nos parâmetros de sua Igreja, enfim, elevando o nosso pensamento a Ele, quando nos dirigirmos a alguém, dizendo:“Feliz Natal!”
         O Natal, para mim, significa “união”.
    De nada servem as árvores pendentes de luzes, os lares engalanados com os mais significantes símbolos, se em tudo isso não houver o toque de amor, de união, de paz, que ressoa dos sinos de Belém.
                                                     
                                                   Feliz Natal!

Maria de Jesus A. Carvalho
Escritora

quarta-feira, novembro 28, 2012

Ode à Árvore da Vida


  • Veja esta imagem: encantadoras carnaubeiras de minha terra. Elas continuam inspirando os POETAS. Recebi hoje um belo poema, via e-mail, da poetisa Maria de Jesus Carvalho. Segundo ela, inspirado nesta foto.

  • Ode à Árvore da Vida

    Lembro-me ainda! Quase meio-dia...
    O sol a pino. Era longo estio.
    Montes de palha em fila...Um desafio

    para um mergulho tipo acrobacia.

    A cada pura e ingênua imersão,
    nuvens de pó surgiam, às camadas,
    daquele mar de folhas recortadas,
    desidratadas em transformação.

    Da carnaubeira, tudo se transforma:
    aquela nuvem branca vira cera
    e a verde palma que se desfizera
    vai adubar u’a planta que se forma.

    O grande caule, ereto, majestoso
    que serve ao homem para arquitetar,
    à semelhança nobre de um cocar,
    de palha exibe o leque tão formoso!

    Tal qual milagre, muitas coisas mais
    da planta santa, então, ainda se tira.
    Da fina fibra que se chama embira,
    tecem-se peças bem artesanais.

    O fruto é verde, é roxo, é ovalado...
    Serve de pão ao homem e aos animais,
    quando o verão é longo e não há mais
    o que brotar no solo esturricado.

    Eu te bendigo, amiga benfeitora
    da sofredora terra nordestina!
    Em teu cocar, jandaia alencarina
    grita com amor: Salve, Redentora!

    É com razão que planta tão querida,
    a elegante e nobre carnaubeira,
    por resistir à seca traiçoeira
    foi batizada de Árvore da vida!


    Maria de Jesus A. Carvalho

quinta-feira, outubro 04, 2012

Jornalista Lustosa da Costa morre em Brasília

A admiração por Sobral marcou o trabalho do homem que se destacou na política, na literatura e no jornalismo.

Brasília Jornalista, escritor, poeta e, acima de tudo, sobralense. Era assim que Francisco José Lustosa da Costa se definia. Colunista do Diário do Nordeste, ele faleceu ontem em Brasília, vítima de um câncer de pulmão. A doença não impediu seu ímpeto produtivo, que fez com que publicasse até o seu último dia de lucidez sua colaboração neste jornal.

O corpo de Lustosa da Costa será cremado em Brasília e as cinzas serão trazidas para Sobral. O velório será na Casa do Ceará, hoje pela manhã FOTO: NATÉRCIA ROCHA


Ele será velado na Casa do Ceará e cremado, em Brasília. As cinzas serão trazidas para Sobral (CE). Único dos 11 irmãos a não nascer na cidade cearense - ele era natural de Cajazeiras (PB) -, Lustosa da Costa tinha grande admiração por Sobral, que inspirou várias textos e poemas. Dos 28 livros publicados pelo autor, sete deles têm o município da zona Norte como tema.

Trajetória
Lustosa da Costa foi colunista do Diário do Nordeste desde a inauguração da Sucursal em Brasília, em 1985. Leitor compulsivo, ele deu início aos seus estudos no Ginásio Sobralense. Mais tarde cursou a Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará.

Jornalista profissional, foi editor - chefe do "Unitário" e do "Correio do Ceará", em Fortaleza, e repórter político da sucursal de "O Estado de S.Paulo" e do "Jornal da Tarde", em Brasília, durante 14 anos.

No magistério, mais uma de suas paixões, Lustosa da Costa destacou-se como professor de Sociologia do Centro Educacional do Ceará, hoje Instituto de Educação do Ceará, entre 1964 e 1966. Também foi professor de Sociologia do II Curso Livre de Jornalismo, realizado pela Universidade Federal do Ceará, pela Associação Cearense de Imprensa e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará, em maio de 1965.

Política
Na vida pública, foi o candidato a deputado federal pelo MDB do Ceará mais votado em Fortaleza em 1966. Em 1978, candidatou-se a suplente de senador pelo MDB do Ceará.

Na abertura de sua última coluna publicada no Diário do Nordeste, Lustosa afirmou mais uma vez sua paixão por Sobral.

O deputado federal Mauro Benevides (PMDB) disse que Lustosa da Costa foi um dos mais brilhantes intelectuais de sua geração, deixando patenteado, em sua coluna no Diário do Nordeste e em numerosas obras que publicou, principalmente o que dizia respeito à historiografia sobralense. "Perdeu o Ceará um homem de pena cintilante que honrou as nossas mais caras tradições culturais", disse.

O advogado e escritor Edmo Linhares afirmou que perdeu um grande amigo. "Era um intelectual e, sobretudo, um amigo sincero, leal e fraterno. Como sobralense, me sinto feliz em ter sido seu conterrâneo, apesar de ele ter nascido em Cajazeiras, mas adotou Sobral como sua terra natal. Ele era um grande divulgador da cidade e como contador de causos, sua obra ficará na memória de todos os cearenses", declarou Linhares.

Fonte: Diário do Nordeste

quinta-feira, setembro 13, 2012

Minhas Raízes

Igreja de N. S. da Conceição, Bela Cruz - CE
Meu amor à Bela Cruz surgiu principalmente, pelo fato de minha mãe haver nascido nessa bela cidade cearense. Foi em 1º de setembro de 1913. Caçula de dez irmãos era filha de Francisco das Chagas Araújo e Maria da Penha Leitão. Recebeu no batismo o nome de Maria do Socorro Leitão Araújo, embora depois passasse a ser conhecida por Diva, por afetividade de meu avô que a chamava “minha diva”, palavra que encontrou em uma carteira como marca de um cigarro, na época. Minha mãe viveu sua infância e juventude ali, quando a cidade ainda tinha o nome de Santa Cruz.

       Sempre gostei de ouvi-la contar as histórias de seus momentos felizes em companhia da família e dos primos: Das pedrinhas ovaladas do Alto com que improvisava fazendas de gado; dos cavalos de talos de carnaúba com olhos de piriquiti e boca de sementes de mulungu; das bonequinhas feitas com ossos envoltos em panos; dos passeios na Tabubas, dos banhos na Lagoa do Mato e de ter dormido uma noite numa casa feita de varas e palhas de carnaúba, dizendo ter sido “o dia mais feliz” de sua vida. Falava dos bailes que seus irmãos mais velhos faziam em casa, sendo que, para dançarem, colocavam bastante pó de palha de carnaúba para encerar o piso de tijolos. Isso era um divertimento para ela. Contava muitas outras histórias próprias de uma criança de interior, cheia de saúde e com poucas opções de lazer.

       Uma das coisas que lembrava com saudades, era da escola em que estudara. Falava com muito carinho de uma professora chamada Marieta Santos. Teve pouco estudo. Naquele tempo não havia distribuição em séries, mas aprendeu o suficiente para alfabetizar a mim, meus irmãos e algumas crianças vizinhas a minha casa. Às vezes, me admirava como fazia aquele trabalho com tanta eficiência. Tudo que lhe perguntava, respondia com precisão. Lia e escrevia correto. Uma vez declamou o soneto “Palhaço” do Padre Antônio Thomaz e perguntei como havia aprendido. Respondeu-me que, quando era criança, o Padre poeta que era vigário do Acaraú, sempre ia para Bela Cruz e se hospedava na casa paroquial. À tarde, na calçada, conversava com o professor Nicácio Barbosa e lia alguns de seus sonetos. Também falavam, às vezes, em Francês ou em Latim. Então, ela sentava-se à beira da calçada, pois morava vizinho à casa paroquial, a fim de escutar os dois conversarem.  O melhor é que aprendera algumas coisas de ambas às línguas e as passou para mim, tempos depois. E eu a admirava por isso. Na escola, também assimilou tudo sobre as quatro operações, em matemática, a ponto de ensinar meus deveres com muita eficiência. O estudo que tivera fora bem aproveitado, porque de tudo sabia um pouco.

       Com o passar do tempo, a casa de meu avô enchia-se de rapazes e moças: três filhos e sete filhas. Uma família unida pelos princípios religiosos e educativos. Mas não era só entre os irmãos. A amizade estendia-se aos primos, tios, padrinhos, todos que fossem unidos pelos laços do sangue. E ainda havia os amigos secundários. Meu avô era uma pessoa alegre e adorava sua família. Minha avó, mais recatada, era muito gentil, ótima dona de casa, esposa e mãe. Minha mãe contava que ela herdara dos pais, umas terras com carnaubais e que havia doado para a Igreja, ficando sem nada. Meu avô adoecera a ponto de não poder mais trabalhar e chegaram a passar necessidade. Quando os conheci já estavam assim.

       Na fase da mocidade, os jovens de Bela Cruz iam dançar nos bailes da cidade do Acaraú. Numa destas festas, minha mãe encontrou um rapaz de Sobral, de muito conceito, que queria se casar com ela, mas não foi aceito. Passado algum tempo, numa tarde de domingo, estava ela rezando uma novena de maio em substituição ao vigário, quando avistou numa das portas laterais da Igreja, uma perna de homem vestida de branco e usando sapato preto. Ele ficara detrás da parede e somente a perna no batente da porta. Ficou ansiosa para saber quem era o dono daquela perna...(rsrsrs) Era rapaz de fora! Haja curiosidade! Após a reza da novena, foi ver de perto: “moreno, estatura mediana, olhos pretos”, enfim... Amor à primeira vista! Ao se identificarem, ficaram sabendo que eram primos, não legítimos. Chamava-se Francisco Chaves de Carvalho,  amazonense, nascido em 04 de julho de 1917, filho de Gaudêncio Frota Carvalho (cearense) e de Jovita Chaves (amazonense), residentes em Massapé.

       A partir desse encontro, ficaram namorando e contraíram núpcias no dia 17 de setembro de 1937, cuja cerimônia foi realizada em Bela Cruz, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

       Dessa união nasceram cinco filhos: José Renan, Maria de Jesus (eu), Antônio Guido, Maria Dúnnia e Francisco Evilásio. O primeiro e o terceiro faleceram ainda bebezinhos. 

       Caixeiro viajante, meu pai trabalhava para uma firma de tecidos de Massapé, representando o Piauí, no Ceará, inclusive em Bela Cruz. Era conhecido em minha terra, como “Chico Poeta,” porque fazia poesias, principalmente sonetos. Quem leu o livro “Relembranças” do escritor cearense Milton Dias, viu o Chico Poeta mencionado pelo autor, como companheiro de serenatas onde declamava seus poemas. Então, tomei a liberdade de colocar aqui, alguns de seus sonetos, que nunca foram publicados, para prestar-lhe uma homenagem e para que não se percam no tempo, já que falam de sua afinidade com a cidade de Bela Cruz. Constitui para mim grande felicidade, o espaço concedido pelo amigo Vicente Freitas, onde posso registrar memórias tão queridas, que guardo no coração desde os mais tenros anos de minha existência. Obrigada, amigo.   
                                          
                                                    *
1.  Santa Cruz

 Francisco Chaves Carvalho
(Massapé – 1939)

Tive o prazer de conhecer-te um dia
Terra adorada! Bela Santa Cruz!
O teu encanto meigo delicia
Meu coração e muito me seduz!

Tu, que não tens a vil monotonia
Dos lugarejos tétricos, sem luz!
Com teu enlevo misto acaricia
Os que o destino bom a ti conduz.

Fizeste-me cativo num momento
Pois o encanto da graça feminina
Guiou-me para lá o pensamento...

Bendita sejas! Glória e sempre glória.
Entre as mais belas cidades praieiras,
Hás de ter, infalível, a vitória.

                      ***

               
2. Longe de Ti

 Francisco Chaves Carvalho
(Teresina, 17/09/1936)

Longe de ti, nesta alameda triste,
De espinho a minha vida já se tece.
Ó minha amada, que pesar existe
Neste meu coração, quando anoitece!

Sinto no peito um mal que só consiste
No tédio do viver que me fenece.
No mutismo fantástico da prece,
Prevalece-me a fé que me resiste.

Não poderei jamais na soledade,
Sofrer a dor-angústia da saudade
Longe de um ser que tanto me cativa.

Nesta ausência cruel, que me constrange,
O mal desta tortura que me abrange:
É não poder te ver, amada Diva!                    
                  
                      ***        

3.  Prova

 Francisco Chaves Carvalho
(Massapé, 1937)

Mais esta prova do meu puro amor 
Autêntica, solícita, veraz,
Resistindo firmeza entre as demais
Impressas no meu peito sonhador,
Aos poucos, vais matando minha dor,

Dando-me mais alento, amor e paz.
Imergida em meu peito ainda jaz
Verdadeira esperança multicor,
iluminar-me o trono deste amor.

Alma feita de luz e de bondade
Rosa bela que enfeita o meu viver,
Argêntea luz do olhar – minha Deidade!
Unindo-te, pra sempre, a minha vida,
Jorra-me impetuoso deste peito,
favo deste amor que é teu, Querida!
                        
                        ***

       Aos meus pais queridos, eterna gratidão. Se fossem vivos estariam completando 75 anos de casamento (Bodas de Diamante), no próximo dia dezessete. Durante toda a minha vida, estive cinco vezes em Bela Cruz, a primeira quando fui me batizar e a última em 1998.
       Um abraço a todos os belacruzenses.

Maria de Jesus Araújo Carvalho.
Fortaleza, CE
11/09/2012