Com os pés fincados no pó, avanço.
Trago nas veias a genealogia das Sete Irmãs,
as insígnias de um Adão esquecido
nas catacumbas de Santa Cruz.
No ângulo dos gestos, descrevo a origem
das Sete,
no tumulto dos nomes sem túmulos,
no rol dos pentavós.
O verbo:
a história explode, volta a pré,
o fóssil abre a boca,
arfa o enxofre da terra mãe
e sabe que cada membro
forma uma família, na Ribeira.
Sob as armações do silêncio,
o sangue dos pentavós, em páginas amarelecidas,
com capas e sobrecapas,
escorre pelo Acaracu.
Os cavadores do passado, em voz baixa,
trabalham para que a morte não acorde
os velhos patriarcas encostados no olvido.
Lá ao fundo, a sombra das Irmãs, as Sete,
acende-se, altiva, nas veias do genealogista –
com suas relíquias, lavadas a incenso.
Distorcidos esqueletos
vindos de longe, mulheres vestidas de pó
aproximam-se...
e erguendo os olhos para o espelho
incendeiam a linha cronológica
na esperança de que o patriarca se erga.
Vicente Freitas
Trago nas veias a genealogia das Sete Irmãs,
as insígnias de um Adão esquecido
nas catacumbas de Santa Cruz.
No ângulo dos gestos, descrevo a origem
das Sete,
no tumulto dos nomes sem túmulos,
no rol dos pentavós.
O verbo:
a história explode, volta a pré,
o fóssil abre a boca,
arfa o enxofre da terra mãe
e sabe que cada membro
forma uma família, na Ribeira.
Sob as armações do silêncio,
o sangue dos pentavós, em páginas amarelecidas,
com capas e sobrecapas,
escorre pelo Acaracu.
Os cavadores do passado, em voz baixa,
trabalham para que a morte não acorde
os velhos patriarcas encostados no olvido.
Lá ao fundo, a sombra das Irmãs, as Sete,
acende-se, altiva, nas veias do genealogista –
com suas relíquias, lavadas a incenso.
Distorcidos esqueletos
vindos de longe, mulheres vestidas de pó
aproximam-se...
e erguendo os olhos para o espelho
incendeiam a linha cronológica
na esperança de que o patriarca se erga.
Vicente Freitas
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